A Saúde Digital está em constante evidência nos últimos meses, sendo apontada como o futuro do setor ao unir dois fatores importantíssimos para a promoção de mais segurança e qualidade dentro dos hospitais: análise de dados e tecnologia. Porém, antes de partir para a chamada transformação digital, muitas instituições precisam entender melhor o que pode estar errado com suas operações. E uma das áreas que requerem maior atenção da gestão hospitalar é justamente a boa comunicação interna.
Para se ter uma ideia do desafio que é garantir uma troca segura de informações entre as equipes multidisciplinares assistenciais e de backoffice, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2019, evidencia alguns números preocupantes: anualmente 2,6 milhões de pessoas morrem nos 150 países de baixo ou médio rendimento do planeta devido a erros médicos. Isso representa cinco mortes a cada minuto. E muitos desses erros têm em comum as tais falhas de comunicação.
“Se eu estou tomando uma conduta, indo por um caminho errado, o sistema alerta. Se prescrevo uma droga e, no histórico do paciente, diz que ele é alérgico, sou avisado na hora. Não há brechas para problemas de comunicação nem entre a equipe, nem em relação ao próprio paciente, tudo está documentado na Saúde Digital”
Adelvânio Francisco Morato, presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH)
Para Adelvânio Francisco Morato, presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), a Saúde Digital não substitui o ser humano, mas, a partir do bom uso da tecnologia, colabora para evitar falhas de comunicação que podem resultar em erros graves. Tal medida é urgente, já que dados divulgados no II Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, e publicados em 2018 [último ano em que foi feito o levantamento], comprovam que entre 30% e 36% dos óbitos determinados por eventos adversos graves poderiam ser prevenidos com a adoção de medidas e programas para garantir maior segurança ao paciente, como o investimento no processo de comunicação interna.
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Veja de que forma a Saúde Digital pode ajudar:
- Uso de sistemas e registros digitais: O ponto fundamental é garantir que a tecnologia trabalhe para favorecer a comunicação entre os profissionais. Para isso, indica-se o uso de registros rastreáveis e mais seguros para a troca de informações entre equipes multidisciplinares, conhecidos pela sigla SBAR. Quando o SBAR está informatizado, ele se torna uma fonte segura de dados que previne erros.
- Fluxo estruturado de comunicação: Tal medida cria, na prática, um processo de comunicação contínuo com todas as informações cruciais para a tomada de decisão em cada fase do processo. Há sistemas que permitem, ainda, a criação de alertas como no caso de interação medicamentosa ou alergias, avisando o enfermeiro automaticamente e, assim, evitando falhas que podem comprometer a segurança de um paciente.
- Criação de alertas: Ainda sobre a importância de estabelecer alertas, a tecnologia permite que, ao ser concluída uma etapa do processo, o profissional que deverá assumir a próxima seja imediatamente avisado, como no caso da liberação de um leito para a entrada do próximo paciente.
Porém, para tudo isso funcionar, a gestão hospitalar deve estar atenta ao engajamento e à capacitação das equipes. Para alcançar todos os resultados esperados com a Saúde Digital, os dados precisam ser continuamente inseridos na plataforma para auxiliar o andamento de cada processo de forma ágil e em tempo real.
Falhas de comunicação são um dos erros mais comuns que ocorrem em hospitais, mas não são os únicos. Há outros que merecem a devida atenção dos gestores para diminuir cada vez mais as intercorrências e atingir a excelência no atendimento . Para saber quais são os outros cinco pontos de atenção importantes, acesse agora o report "Os seis erros mais comuns em hospitais e como a Saúde Digital ajuda a evitá-los."