Pode parecer algo novo, mas trata-se na realidade de uma tendência que vem tomando forma já há algum tempo. O próprio termo e patient, atualmente em voga para definir esse perfil de internauta, foi cunhado originalmente nos idos de 2006.
Desde o surgimento, ainda nos anos 90, de grandes comunidades como a ACOR, que no seu pico de atividade chega a entregar semanalmente mais de 2 milhões de e-mails entre seus membros ao redor do mundo, até redes mais novas como a SmartPatients (fundada pelo ex-Chefe de Estratégia para Saúde do Google, Roni Zeiger), muito tem se produzido nesse terreno situado no multifacetado universo das mídias sociais aplicadas à saúde.
O infográfico dessa semana foi elaborado pela conceituada PatientPower e baseia-se numa pesquisa recente realizada junto a cerca de 1.300 pacientes e seus cuidadores, muitos dos quais utilizadores da internet de forma suplementar em seu tratamento.
Vê-se ali que a informação buscada na internet por essas pessoas cumprem o papel crucial de ajudá-las na discussão com seus médicos e fazê-las sentirem-se mais seguras e confiantes durante sua experiência no trato com a doença. Outra revelação diz respeito à preferência desses pacientes por se manterem informados sobre pesquisas acerca da doença, a frequência semanal com que utilizam a internet para esse fim e ainda aponta para uma preferência por conteúdos publicados no formato de vídeo.
Como fontes mais confiáveis de informação foram citadas comunidades online de pacientes, além do conteúdo independente produzido por Patient Advocacies e sites de especialistas, igualmente independentes. Claramente os tradicionais players da área de saúde ainda não são percebidos como recurso educacional e emocional prioritário por essa importante e crítica fatia da população assistida.
Para complementar o panorama, incluímos no InfoMonday dessa semana um segundo infográfico, elaborado pela DIG, e que apresenta os dados sobre como os médicos oncologistas e hematologistas tem se organizado em torno de recursos digitais para apoia-los no enfrentamento da doença.
Dentre os oncologistas escutados 40% afirmaram que o smartphone é o device utilizado com mais frequência na prática médica e no seu processo de decisão clínica.
Da mesma forma que ocorre entre os pacientes com câncer, dentre os médicos oncologistas um formato de conteúdo muito popular é o vídeo, com a ressalva de que para esse fim específico eles preferem utilizar a plataforma web (notebooks e desktops) em detrimento das plataformas móveis. Não deixa de ser curioso, entretanto, notar que a utilização de smartphones para navegação seja tão popular entre eles.
Seus apps preferidos são Epocrates, Medscape e UpToDate e os sites mais visitados para fins profissionais em seus dispositivos móveis são UpToDate, NCCN, NEJM, Epocrates e Medscape.
Outra informação relevante é o fato de que 36% dos médicos entrevistados disseram utilizar tablets durante a realização de consultas, no processo de educação de seus pacientes e que nada menos do que 63% reportam que seu smartphone é essencial para a prática médica nos dias de hoje.
Como se pode notar, tantos médicos como pacientes estão se adaptando aos novos tempos e, de forma espontânea e gradual, parecem estar construindo suas próprias estratégias digitais para aumentar suas chances reais de sucesso no combate ao câncer.