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Conahp 2023 ratifica o papel do ESG na Saúde

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Hospitais filantrópicos apresentam cases de sucesso com foco no social, mas que geram impactos ambientais e econômicos. Conheça

O Conahp 2023 contou com um palco exclusivo para tratar de assuntos relacionados a ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança corporativa), tema que se consolidou como um pilar estratégico para o setor de saúde. São práticas com o intuito de gerar impacto positivo no meio ambiente e na qualidade de vida de funcionários e da população brasileira.

No painel “Como o pilar social vem sendo trabalhado no setor”, moderado por Luciana Gutierres, gerente técnica de Inovação e Sustentabilidade da Solvi, representantes da área de Compromisso Social do Hospital Sírio-Libanês apresentaram a dinâmica e os resultados do TeleNordeste. Esta é uma iniciativa do Ministério da Saúde executada por seis hospitais de referência, que integram o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). A discussão também contou com representantes do Hospital São Julião, no Mato Grosso do Sul, que trouxeram a experiência da transição no modelo de gestão.

Criado em 2009, o PROADI-SUS busca apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assitência. Um dos projetos é o TeleNordeste. Sabrina Dalbosco Gadenz, gerente do portfólio de Saúde Digital e Compromisso Social do Hospital Sírio-Libanês, e Vânia Bezerra, diretora de Compromisso Social da mesma instituição, trouxeram o recorte da operação que lhes cabem, com a cobertura de 86 municípios do Ceará e da Bahia. Ao todo, são 700 UBSs e 12 Pólos de Base de Saúde Indígena.

O TeleNordeste propõe atenção especializada inclusiva e está conectado com sete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) definidos pela ONU: erradicação da pobreza; fome zero; boa saúde e bem-estar; educação de qualidade; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades e combate às alterações climáticas.

Atualmente, existem cerca de dois médicos por mil habitantes no Brasil. No sudeste, a proporção é maior, são três. Já no nordeste, a média cai pela metade, é um médico para cada mil pessoas. Neste cenário, o projeto traz soluções digitais para conexão entre a Atenção Primária à Saúde com especialistas. São mais de 40 linhas de cuidado digitais para oferecer os melhores desfechos clínicos no interior do nordeste.

TeleNE na prática

Na prática, o médico da UBSs liga conta com uma central de especialistas do Sírio-Libanês. Por exemplo, o médico generalista está com dificuldade para manejar um paciente com problemas cardiovasculares. Ele liga para central e um cardiologista do hospital ajuda na condução do caso do paciente. Após uma avliação de risco junto ao médico da UBS, é possível definir se o paciente pode ser tratado na APS ou necessiat ser encaminhado ao especilaista, na Atenção Secundária à Saúde.

Já foram realizadas 380 teleinterconsultas; 3.200 pacientes atendidos, sendo que 85% dos problemas de saúde foram resolvidos sem encaminhamento para consulta presencial. Com NPS 98, o projeto a ajuda a promover o letramento em saúde digital. Houve redução do tempo de espera para consultas e exames; de inequidades socioambientais; custo de deslocamento; pagamento de consultas e medicamentos desnecessários.

Do ponto de vista ambiental, cerca de nove toneladas de carbono deixaram de ser emitidas e 100 casas/ ano energia de energia foram poupadas, já que muitos deslocamentos foram evitados. Além disso, 220 árvores foram reflorestadas junto à comunidade indígena.

Líder em ação

Com 82 anos de existência, o Hospital São Julião, referência no tratamento de hanseníase, viveu uma mudança na gestão, em 2021, após cerca de 40 anos sob o comando da Irmã Silvia Vecellio, que hoje é presidente de honra da instituição. Com a chegada de Geraldo Maiolino, sucedido pelo presidente Carlos Augusto Melke, a gestão precisou ser remodelada.

Durante o encontro no Conahp, Caoana Duarte, gerente de Gestão de Pessoas do Hospital São Julião, e Jessyka Souza Mendes, superintendente de Gestão da instituição, mostraram como tem sido viver essa período de transformação, que está ocorrendo de modo top down. Existia uma fragilidade na profissionalização da liderança.

Com a ajuda dos Voluntários da Saúde, associação fundada e presidida por Fernando Torelly – CEO do Hcor e conselheiro da Anahp –, foi criado o primeiro módulo de formação para o líderes do hospital, o Líderes em Ação, que veio para atualizar e otimizar a gestão e os processos.

O programa trabalha com líderes desde a operação até a gestão estratégica, passando por assuntos como custos, recursos, processos, equipes e resultados.  Destaca o papel do líder, a partir de estilos de lideranças, responsabilidades e limites. Desenvolve fortemente como formar equipes, com entrevistas por competências e olhar estratégico para equipe. A iniciativa também ensina a usar ferramentas de gestão de desempenho e formas de condução. Houve um trabalho intenso com abordagens para estimular cultura e engajamento, além de conscientização sobre o assédio moral.

Caoana ressalta que, somente em nove meses, os resultados são visíveis. Para ela, a transição está ocorrendo de forma natural e leve. Os Voluntários da Saúde “ensinaram os profissionais a pescar”, agora que consigam caminhar com as próprias pernas.