faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

Qual impacto da computação na nuvem na radiologia / JPR2014

Após algumas apresentações de radiologistas brasileiros e americamos, pudemos notar que o tom da discussão é o mesmo: Quais as vantagens da computação na nuvem, como compartilhar imagens de maneira segura e eficiente, e quais os desafios a serem superados para que haja a implementação dessa tecnologia.

Esse feriado estivemos na JPR 2014 (Jornada Paulista de Radiologia), o maior evento para radiologistas da América Latina. A JPR é realizada em parceria com a RSNA (Sociedade Norte Americana de Radiologia). Acompanhamos diversas apresentações, e conversamos com players como Mount Sinai (Nova iorque/EUA), Hospital Albert Einstein, Hospital Samaritano e outros.

Após algumas apresentações de radiologistas brasileiros e americamos, pudemos notar que o tom da discussão é o mesmo: Quais as vantagens da computação na nuvem, como compartilhar imagens de maneira segura e eficiente, e quais os desafios a serem superados para que haja a implementação dessa tecnologia.

Segundo o Dr. Ricardo Cury, Chefe de Cadeira da Radiologia do Baptist Health of South Florida,  os EUA gasta de US$ 10 a 15 bilhões por ano com exames radiológicos repetidos ou redundantes, sofre com imagens de grandes volumes e diferentes formatos entre as empresas do mercado, e com diversos sistemas de visualização e armazenamento de imagens que não se comunicam. Realidade bem semelhante ao mercado do Brasileiro e América Latina.

Outro radiologista, Dr. David S. Mendelson (Mount Sinai – NY/EUA), acrescenta aos problemas o uso de CDs como mecanismo de entrega das imagens a pacientes e médicos. Mídias com defeito, identificação errônea, alto consumo de tempo para serem produzidas, dificuldade da instalação de softwares de visualização estão entre alguns dos pontos negativos desse tipo de formato.

Esse tipo de dificuldade não é enfrentado apenas por médicos, mas também por cirurgiões dentistas que atuam no setor da radiologia. Em experiências passadas, auxiliei na implementação e TI de uma clínica de radiologia odontológica em Maringá, Paraná. Os problemas eram exatamente os mesmos, profissionais solicitantes buscando acesso às imagens através de tablets e smartphones, de maneira segura, rápida e prática, e radiologistas muitas vezes não encontrando uma solução no mercado. Infelizmente o mercado odontológico é muito esquecido pela indústria, porém ainda assim é um grande mercado.

Além de trazer um panorama do cenário americano, ambos radiologistas compartilharam informações da Mayo Clinic, onde 0.6% dos discos apresentam problemas de leitura e 0.2% possuem informações erradas. Já no Mount Sinai o problema é ainda maior, 5% das imagens não podem ser importadas para os CDs ou computadores. Para alguns pode parecer um baixo índice, mas para hospitais como o Baptist Health of South Florida, que realiza 3.000 exames por dia, isso significa 18 CDs com problemas por dia, ou  6.480 por ano. Se usarmos os mesmos números para o Mount Sinai, que também é um complexo com alto volume de atendimento, estamos falando de 54.000 CDs problemáticos por ano.

Esse alto volume de CDs com problemas gera um impacto grande em instituições como essas. Imagine a quantidade de decisões que são tomadas em cima de informações infiéis ao paciente, ou passivos legais criados.

A resposta para todos esses problemas promete ser a computação na nuvem. Segundo o Dr. Cury, o compartilhamento de imagens deve se apoiar em três pilares:

  • Deve ser feito a partir de e para pacientes
  • Atender quem está dentro da organização
  • Atender a outros centros de fora da rede

Além de solucionar os problemas, também foram trazidos alguns motivos que justificam o investimento nesse tipo de tecnologia, entre eles a possibilidade de se ter um histórico visual do paciente durante a interpretação do novo exame, o rápido aumento dos gastos com os exames de imagem que não param de crescer, a prevenção de exames duplicados, redução da exposição à radiação, queda nos erros de identificação e aumento na qualidade dos processos, serviços e exames.

Por fim o que foi discutido é quem irá pagar essa conta, o paciente ou as instituições. Além disso, já é sabido que é importante para o paciente ter informações de qualidade em mãos, porém até onde o fornecimento dessas pode prejudicar a instituição.

E você? O que acha sobre computação na nuvem na medicina e/ou odontologia?

TAG: Geral