A 9ª edição do MV Experience Forum voltou a São Paulo e abriu hoje (27) as discussões sobre saúde digital no Brasil. Reunindo profissionais do setor e especialistas em tecnologia para o ecossistema brasileiro, o evento acontece no WTC Events Center entre os dias 27 e 28 de julho.
Abordando a digitalização da saúde sob óticas diversas, o fórum promoveu conteúdos simultâneos, divididos entre mesas redondas, palestras e apresentações no metaverso – ou MVerso. CEO da empresa, Paulo Magnus abriu o evento reforçando o quanto os últimos anos foram extremamente desafiadores para o setor. “Mas, mesmo diante das dificuldades, a saúde brasileira se reinventou e deixou claro que o futuro da saúde é a transformação digital – e para a MV, a saúde digital já é uma realidade, que vemos acontecer na prática em vários dos nossos clientes”, comentou.
A saúde, o cuidado e o médico do futuro
Abrindo os conteúdos da manhã, a mesa redonda “Novos modelos de cuidados com a saúde” recebeu o médico e escritor Drauzio Varella e a médica e pesquisadora Margareth Dalcolmo para uma conversa, com mediação do vice-presidente da MV, Alceu Alves. Convidados a debater o futuro da saúde, os participantes da mesa foram categóricos ao afirmar a importância do passado nessa discussão. “Olhar para trás nos ensina muito – acho que especialmente os últimos dois anos e meio nos ensinaram muito sobre isso A revolta das vacinas, por exemplo, nada mais foi do que a resistência à aplicação de uma tecnologia disruptiva”, comentou a Dra. Margareth. Para a pesquisadora, o acesso à saúde digital é parte indispensável da discussão sobre o futuro dos sistemas no Brasil. “Trabalhar com alta tecnologia não pode nos afastar de olhar para a assistência na saúde na pública”, defendeu.
“O nascimento do SUS foi a maior revolução da história da medicina no país. Ao mesmo tempo, surgia também a saúde suplementar. Ajustar esse novo sistema e compreender o papel de cada um foi muito difícil”, disse o Dr. Drauzio Varella. O médico listou alguns determinantes sociais de saúde, como saneamento básico e acesso ao tratamento, apontando também o quanto os hábitos da população – que se tornou mais velha – se refletem no sistema. “Fomos envelhecendo sedentários e cheios de maus hábitos, o que acabou gerando problemas para o setor. A saúde que foi planejada para ser pontual, feita para tratar uma pneumonia e liberar o paciente, se viu diante de uma epidemia de doenças crônicas, que precisam de monitoramento constante”, comentou. “Como podemos integrar as necessidades da população e os recursos do sistema, para que ele de fato funcione? Se você incorpora tecnologia em um sistema desorganizado, você vai ter um sistema desorganizado e caro. O grande desafio é entender como tornar o sistema mais barato e integrado”, defendeu. “Como vocês vão fazer isso, eu não tenho a menor ideia”, brincou.
Reforçando que a saúde do futuro não poderá ser centrada na figura do médico e no ambiente do hospital, a Dra. Margareth apontou a necessidade de uma revisão na formação do profissional de saúde. “Esse profissional terá que ser muito bom do ponto de vista técnico e tecnológico, mas precisará também de muita inteligência emocional e humanização”, acredita. Complementando essa abordagem, o Dr. Drauzio reforçou que não é possível ter saúde em um país com grandes desigualdades. “Enquanto o Brasil não entender como o mecanismo social afeta o sistema saúde, não conseguiremos evoluir”, defendeu.
Paciente no centro, tecnologia também
Na mesa de debates “O futuro do cuidado com a saúde: o paciente no centro da assistência”, que recebeu Gustavo Ribeiro (Unimed Sorocaba), Vitor Asseituno (Sami) e Mariele Chrischon (Hospital Mãe de Deus), sob moderação de Paulo Magnus (MV), as conversas continuaram abordando como utilizar a tecnologia para construir uma saúde mais eficiente e mais próxima do paciente. Discutindo cases e aplicações práticas, os convidados reforçaram o papel central desempenhado pela tecnologia na busca pelo cuidado cada vez mais “pacientecêntrico”.
Encerrando os conteúdos da plenária na manhã, a mesa “Jornada do paciente: conceituando a farmácia digital” trouxe ao palco Marcelo Ferraz, Lucas Akkari e Sérgio Mena Barreto, colocando em pauta novamente o quanto soluções inovadoras de tecnologia podem ser aplicadas para tornar a experiência do paciente mais simples e sua jornada mais fluida e eficiente.
Ao longo da tarde, o evento também promoveu conteúdos com o formato meeting e experiências imersivas de palestras no metaverso – o MVerso, que também permitiu que os visitantes visitassem um “Hospital do Futuro”, construído completamente no ambiente virtual.
MEF 2022
O evento continua amanhã, no dia 28 de julho.
Data: 27 (8h-18h) e 28 (8h-16h30) de julho
Local: WTC Events Center (Av. das Nações Unidas, 12551 - Brooklin Novo, São Paulo)