faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

Inovações em TICS

Saúde e TI devem ser vistos a partir da perspectiva de valor que agregam ao paciente, e, só em segundo plano, em seus impactos na relação custo-benefício

O pagamento por desempenho é uma exigência crescente das organizações modernas e complexas de saúde, como grandes hospitais, redes ambulatoriais e de diagnóstico, porque permite associar os resultados com os incentivos necessários para competir por recursos públicos e pelos pagamentos dos planos de saúde, os quais cada vez mais se baseiam na avaliação feita pelos consumidores quanto aos resultados e ao tratamento recebido pelas unidades de saúde. Mas, como implementar a cadeia necessária de informações para que se possa medir o desempenho, e ao mesmo tempo associá-lo à remuneração dos estabelecimentos e do pessoal de saúde?

As TICS (tecnologias de informação e comunicação em saúde) geram parte importante da resposta. Elas permitem novas formas de armazenar e processar dados médicos, com base em dispositivos portáteis, conduzindo ao desenvolvimento e interconexão de serviços e bases de dados gerenciais de uma forma que teria sido difícil imaginar a poucos anos atrás. Novos aplicativos permitem produzir dados a partir de variadas fontes de informação para melhorar o diagnóstico, monitorar pacientes e alcançar de forma rápida e eficiente melhores resultados dos tratamentos. Para o gestor, se estaria gerando uma visão mais rápida e precisa dos resultados, aumentando a confiabilidade do diagnóstico e a resposta ao tratamento. Com isso, aumenta a produtividade do trabalho em saúde, liberando tempo e recursos do pessoal e criando as bases para a remuneração por desempenho.

Muitos destes dispositivos podem estar diretamente acoplados aos pacientes, fornecendo dados remotos nas nuvens para o controle minucioso do tratamento. Por exemplo, um monitor de freqüência cardíaca pode fornecer dados 24 hs a partir de casa, reduzir o número de visitas necessárias, melhorar a qualidade do tratamento e, ao mesmo tempo, a produtividade do médico e do pessoal auxiliar em saúde.

No entanto, os benefícios destes tipos de serviços são mais difíceis de avaliar do que os de dispositivos simples ou medicamentos e, além disso, não tem sido fácil, até agora buscar recursos para que as instituições de saúde os possam financiar em grande escala.

Estudos experimentais em Saúde e Tecnologia da Informação (STI) deveriam ser desenvolvidos por Hospitais e redes de saúde, conjuntamente com empresas de TICS, para testar o potencial destes serviços.

Os STI devem ser vistos antes de tudo a partir da perspectiva de valor que agregam ao paciente, e, só em segundo plano, em seus impactos na relação custo-benefício. Para alcançar estes objetivos, é preciso gerar novas regulações, referências e normas comuns para que os gestores de saúde possam se orientar a não comprar gato por lebre. Por detrás deste conceito, que já se inicia nos países desenvolvidos, a partir de estudos e experiências piloto, existe um grande potencial de exploração e desenvolvimento no Brasil.

*André Medici: Economista Senior de Saúde do Banco Mundial em Washington Integrante da Comissão Científica do 3° Simpósio de Pagamento por Performance do Hospital Innovation Show (HIS)

**Este artigo integra a última edição da revista Saúde Business (outubro, novembro, dezembro), leia a edição na íntegra!

***Já baixou o eBook Pagamento por Performance?