As redes sociais já fazem parte do dia a dia das pessoas, sobretudo dos brasileiros. Nessa nova realidade, o Facebook tem se destacado nos últimos anos, mas, quando o assunto é Saúde 2.0, já podemos observar uma grande oferta de sites baseados em troca de experiências e compartilhamento de informações. Pesquisadores, profissionais da saúde, médicos, pacientes e familiares; a mobilização desses grupos ou comunidades, em redes sociais voltadas ao tema da saúde, é o que chamamos de “Crowd Health”.
Abaixo, estão algumas das empresas, muitas delas startups, que atuam nesse segmento.
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A Alliance Health se descreve como uma empresa de tecnologia cujo objetivo é tornar a indústria de healthcare mais centrada no consumidor, oferecendo ferramentas específicas para o gerenciamento de doenças e reduzindo os custos com medicamentos. Para isso, o site conta com diversas comunidades organizadas pelas condições de saúde, como diabetes, esclerose múltipla, doenças cardiológicas, entre outras, em que circulam conteúdos de especialistas e dos próprios pacientes. Os usuários podem encontrar suporte e informações sobre como cuidar de sua saúde, bem como obter acesso a medicamentos de baixo custo, que podem ser entregues em casa.
Esta comunidade, com site ainda em fase beta, tem um objetivo parecido com o do PatientsLikeMe, mas com um foco em pessoas portadoras de doenças crônicas. A empresa vislumbra um mundo em que cada paciente possa explorar o conhecimento e as experiências de outras pessoas, aprendendo sobre os tratamentos que têm funcionado, sejam eles alternativos, experimentais ou condutas médicas já conhecidas.
Essa plataforma foi desenvolvida com a premissa de utilizar a sabedoria das multidões para solucionar casos misteriosos da medicina. Nesse sentido, contempla dois tipos de usuários: pacientes e médicos detetives. Basicamente, se você está sofrendo de algum distúrbio, doença ou qualquer condição de saúde, pode enviar o seu caso, no anonimato, para o CrowdMed. Automaticamente, ele circulará pela comunidade de médicos, que poderá investigar coletivamente a questão e oferecer as respostas de que precisa.
“Linking Medical Minds”. O slogan e o próprio nome da Doximity expressam bem o propósito dessa plataforma digital: aproximar e conectar médicos. Trata-se de uma rede social exclusiva para a classe médica, que procura estabelecer relacionamentos com profissionais de diferentes especialidades e antigos colegas de faculdade, tendo como objetivo a troca de opiniões e experiências, bem como uma atualização continua de telefones, números de CRM, entre outros dados. Seja na internet ou no aplicativo de smartphone, os usuários contam com uma interface bastante intuitiva, que permite também a discussão de casos de pacientes, troca de informações para pesquisas médicas e outros recursos relevantes.
A empresa procura curar o mundo por meio da colaboração entre profissionais da saúde e pesquisadores. O primeiro produto é uma plataforma desenvolvida para grupos de ciências da saúde, permitindo aos participantes a projeção e a operação de estudos abertos. Em outras palavras, é uma ferramenta de crowd-sourcing para ajudar as pessoas a criar grupos de estudos voltados à saúde.
“Genomera: a coragem de mudar o mundo, e a humildade de reconhecer que você não pode fazer isso sozinho”
O Kinsights é uma rede social para pais que desejam acompanhar o desenvolvimento de seus filhos de forma completa. Para isso, o site permite a troca de experiências por meio de um sistema de perguntas e respostas. Na plataforma, também é possível: gerenciar o crescimento do seu filho, registrando altura e peso; criar um histórico de doenças e tratamentos, e manter o calendário de vacinação organizado e atualizado.
Esta rede social permite o compartilhamento das condições de saúde, tratamentos e sintomas entre pacientes com as mais variadas doenças. Os usuários podem dividir experiências, relatar sua evolução, seu estado físico, mental e social. O site possui mais de 300.000 membros, contemplando mais de 2.300 doenças, o que permite um cruzamento de informações valioso, visualizado por meio de gráficos e números. Com tanta riqueza de dados alimentada pelos próprios pacientes, o site reúne um enorme big data de saúde, permitindo a produção de pesquisas e o acompanhamento da saúde da população.
Com mais de 300 mil usuários cadastrados, Sermo é a maior comunidade online exclusiva para médicos. Nela, é possível compartilhar estudos, casos, trocar informações com outros colegas e obter respostas para as mais variadas dúvidas, tudo em minutos. O aplicativo da Sermo ajuda nessa agilidade. Os médicos podem fotografar os pacientes e seus exames, e debater o caso com outros profissionais. Sermo também mantêm os usuários informados graças à disponibilidade de conteúdos médicos da atualidade, dando a eles a opção de seguir aqueles que mais os interessam.
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No Crowd Health, como em qualquer rede social, é importante que o usuário entenda os limites desse tipo de interação. Conteúdos colaborativos são ricos em essência, mas não estão livres de informações equivocadas, que podem desorientar e confundir as pessoas. Quando o assunto é saúde, essa questão fica ainda mais delicada. Para os pacientes, fazer parte dessas comunidades não substitui, de forma alguma, o cuidado médico tal qual conhecemos, mas oferece um espaço para troca de experiências e, sobretudo, fornece dados relevantes para médicos e pesquisadores.
Mesmo que cada uma dessas redes sociais possuam suas diferenças, é evidente que todas têm em comum a produção contínua e colaborativa de conteúdos de saúde. Ao somarmos toda a informação gerada por essas e outras iniciativas, podemos imaginar o grande potencial do modelo Crowd Health na construção de um big data da saúde realmente eficiente. Basta saber se essas ferramentas e empresas também irão colaborar entre si para que isso se torne realidade.