Uau! Como a maioria dos brasileiros estou positivamente impressionado com as Olimpíadas. Quantas vitórias, quanta persistência, quanta luta! Impressionado com os atletas anônimos que se dedicam com pouco ou nenhum apoio de suas confederações ou países e quantos conseguiram superar grandes e pequenas derrotas.
Quem diria que o Brasil tinha tanto talento para canoagem, salto em altura, tae-kwon-do. Brilhamos e nos superamos no futebol e vôlei masculino, mostramos que a cidade maravilhosa não só fez uma grande Olimpíada, mas conseguiu superar boa parte dos problemas previstos pelos alarmistas e realistas de plantão.
Em 130 lugar, o Brasil faz sua melhor performance em uma Olimpíada e o investimento recorde do governo brasileiro de R$3,19 bilhões desde 2012, apesar de não ter colocado o Brasil entre as 10 primeiras posições, certamente consolida o Brasil como uma potência do esporte. Dos canais esportivos, espero que estes dêem maior visibilidade aos esportes individuais e que outros esportes coletivos ganhem visibilidade, além do futebol masculino.
Quem havia falar do baiano Isaquias Queiroz, Martine Grael ou Felipe Wu, antes deles se tornarem vencedores olímpicos ? Por que o único nome que os brasileiros parecem saber amar ou odiar no esporte é o de Neymar?
Já as empresas privadas, fora as patrocinadoras do evento, vi poucas empresas felicitando seus atletas pelo esforço nas competições, sejam eles perdedores ou vencedores. Novamente, cadê o investimento de longo prazo e a crença que vale apoiar times olímpicos? Qual foi a contribuição das 1000 maiores empresas do país para estes atletas ? As empresas são incentivadas a investir no esporte?
A relação destas reflexões com as startups de saúde é clara. Temos muitas startups de altíssimo potencial no Brasil, mas estas precisam ser identificadas, acompanhadas e preparadas para conseguirem crescer e atingirem seus objetivos de longo prazo. Assim, como no esporte, temos empreendedores que precisam do mínimo para sobreviver, meios para conseguir focar na solução que pretendem desenvolver.
Como aceleradora de saúde pioneira no Brasil, descobrimos que não basta inspirar startups e mentorá-las, é necessário que tenham estrutura de trabalho adequada, recursos financeiros para sua sobrevivência, muito apoio e mentoria de pessoal qualificado. Tudo isto depende de um trabalho de longo prazo com recursos e estrutura, a fim de, de fato, identificar e transformar as melhores startups de saúde.
Quais startups têm acesso a estes recursos anualmente no Brasil? Infelizmente, apenas àquelas que estão nas TOP10 aceleradoras e, dentro destas, o número de startups por ano é muito baixo, no máximo, cinco.
Assim, terminamos as Olimpíadas com a determinação de lutar por melhores condições por nossos atletas, as startups de saúde, e com a clara convicção da necessidade de formar um forte programa de formação, que este é um investimento de longo prazo, que pode gerar grandes ganhos para os empreendedores, patrocinadores e para a saúde brasileira.