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Larry Ellison: líder ou Deus, qual é o limite?

Uma brincadeira diz que a diferença entre Deus e Larry Ellison é que Deus não acha que é Larry Ellison.

A frase é a tradução livre de “The difference between Larry Ellison and God: God Doesn't Think He's Larry Ellison” biografia de 2003 escrita por Mike Wilson sobre esse personagem controverso da indústria da tecnologia.

Nascido na Nova York dos anos 40, Lawrence Joseph Ellison é filho adotivo. O executivo cresceu em Chicago e é lembrado como um estudante mediano durante sua formação escolar. Entrou em duas universidades, mas não concluiu nenhuma como alguns de seus ilustres colegas no Vale do Silício.

Conhecido por ser talentoso e impaciente programador, ele acreditou em uma ideia que a IBM deixou de lado – a da construção de um banco de dados ligado a uma central de computadores- e assim, em 1977, em parceria com mais dois sócios criou a Software Development Laboratories (SDL). O nome Oracle veio com um dos  primeiros clientes, a CIA, que segundo a lenda, acreditava que o sistema seria um oráculo com respostas para toda as perguntas.

Bad boy?

Nada no executivo lembra o perfil “nerd” de seus pares no Vale do Silício. Aliás, ele já recebeu a alcunha de “homem mau “ do Vale algumas vezes. Ellison é conhecido pelos gastos de seus muitos bilhões com uma ilha, por exemplo. Helicópteros, iates, uma mansão com decoração japonesa e tudo o que essa grande quantidade de dinheiro pode proporcionar e a extravagância pode definir.

À revista Veja, no começo da década passada quando ultrapassou seu primeiro bilhão, ele disse: “Um bilhão, dois bilhões, um punhado de bilhões de dólares... bem, depois do primeiro bilhão, é tudo a mesma coisa. Você vira uma celebridade, é isso. Mas com 1 bilhão não existe nada mais no mundo que você não possa comprar – carros, casas, jatos, qualquer coisa está dentro de seu orçamento”.

À época, o executivo ocupava o posto de segundo homem mais rico do mundo, perdendo apenas para o seu desafeto público: Bill Gates. E foi essa obsessão pelo fundador da Microsoft, ou melhor, por tirá-lo do topo, que pode ter tornado Ellison tão competitivo, e por vezes, agressivo no mundo dos negócios.

Essas duas características também apareceram em outros momentos de sua trajetória. A compra da Peoplesoft, por exemplo, um concorrente que ele batalhou para adquirir. Outra negociação marcante foi a disputa com a IBM para a compra da Sun Microsystem, em ambas saiu vitorioso.

Admirado por um lado; acusado de estrelismo e intrigas por outro, o fato é que pelas mãos de Ellison que a Oracle se tornou uma gigante da tecnologia e ele um dos cinco homens mais ricos do mundo.

Hoje, aos 70 anos, ele ocupa a posição de chairman e CTO (Chief Technology Office) da empresa, após deixar o cargo de CEO no ano passado. Como dizem alguns, ele voltou para “garagem” e para muitos vai deixar saudades.

“Ele fez muito por evoluções na tecnologia e sempre foi uma voz agressiva no mundo da tecnologia. Ele está lado a lado com Steve Jobs no quesito entregar inovação à indústria, então sua presença fará falta”, declarou Douglas Grosfield, presidente e CEO da Xylotek Solutions à revista CRN americana, sobre a saída de Ellison.