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Força-tarefa global é principal objetivo da presidente da Organização Mundial do AVC

Crédito: Leonardo Lenskij / Divulgação sheila martins neurologista.jpg

A neurologista gaúcha Sheila Martins é a primeira mulher a presidir a organização. Ela foi uma das responsáveis pela implantação dos Centros de AVC nos hospitais do Brasil

A cada hora, 12 brasileiros faleceram vítimas de acidente vascular cerebral apenas em 2022. A condição, caracterizada pela interrupção ou rompimento de vasos que levam sangue ao cérebro, é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. A doença, comumente associada a idosos e pessoas com fatores de risco, quase dobrou entre jovens adultos depois da COVID-19. Dados da Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization - WSO) revelam que a prevalência entre pessoas com menos de 45 anos passou de 10% antes da pandemia, para 18% em 2022.

No entanto, o socorro ágil é fundamental para diminuir ou até evitar sequelas, enquanto 90% dos casos ainda podem ser prevenidos. Garantir o rápido atendimento e tratamento, o conhecimento dos fatores de risco e a prevenção do AVC é o objetivo de uma força-tarefa global que será lançada pela Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization) que, pela primeira vez, é liderada por uma mulher, brasileira e latino-americana: a neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins, chefe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, Professora da Faculdade de Medicina da UFRGS/Hospital de Clínicas de Porto Alegre e presidente da Rede Brasil AVC.

A WSO é o único órgão global voltado exclusivamente à ao AVC. Conta com cerca de 4 mil membros individuais e 90 Sociedades Científicas em todos os continentes representando mais de 55 mil especialistas na doença no mundo.

Sheila está à frente da organização pelos próximos dois anos e antecipa os esforços que serão desenvolvidos. "Uniremos profissionais e voluntários do mundo inteiro para implementar programas de AVC, desde a atenção primária, com capacitação de profissionais, certificação dos centros de AVC e conscientização sobre os fatores de risco e a necessidade de tratamento rápido", ressalta a médica.

Na organização, Sheila liderou a criação de uma certificação para centros de AVC que, em um ano, foi concedida para 37 instituições da América Latina — o Hospital Moinhos foi um dos primeiros a ser reconhecido. Agora, a expansão do programa começou a ser implementada na Ásia, começando pela Índia.

"Esse selo garante que toda a atenção ao paciente é baseada nas melhores práticas e evidências", acrescenta Sheila, destacando que a organização dará continuidade a outras iniciativas, em parceria com a Organização Mundial da Saúde, com campanhas mundiais, programas de educação e encontros globais unindo ministros da saúde, pesquisadores, gestores, indústria e sociedade para acelerar os programas contra o AVC.